Ativista adota questionamento como ferramenta de mudança

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Pôr em questão, rebater, controverter, fazer objeção a algo ou alguém, dizer como resposta, replicar, responder, retorquir. Essas são apenas algumas definições do termo “questionar”, que possui outras palavras semelhantes como discutir, inquirir, argumentar, contestar, debater, polemizar, demandar, refutar, rejeitar, recusar, repudiar, indagar, discordar, interrogar, ou simplesmente perguntar, entre muitas outras formas de buscar por uma verdade. Pois, bem, você costuma questionar a si próprio sobre o porquê da sua vida estar como está? Talvez a resposta não seja agradável, seja de difícil escuta, não pela audição, mas pelo coração. Mesmo doendo, escolhe-se não ouvir. Imagina quando envolve uma dor coletiva, a responsabilidade seria sempre do outro? Exemplo, já se questionou sobre o porquê do planeta estar em pandemia? Vai ser preciso entrar em processo de extinção, por exemplo, para assim sentir que algo tem a ver com você e talvez questionar o que fez de errado?

Uma das bandeiras defendidas – Foto: Arquivo pessoal

Conversamos com a ativista de questionamento, Karin Rodrigues, do projeto Por Favor Menos Lixo, em nossa segunda edição do Podcast Sustenta Mundo, para compreendermos melhor o que seria essa função de “questionar” que ela desempenha nas redes sociais e na vida. Karin, que é adepta do desperdício zero, uma forma de se viver reduzindo ao máximo a produção de lixo diária, contou como as experiências de vida, desde a infância, até as viagens e trabalhos voluntários recentes, construíram essa personalidade questionadora que se tornou identidade. Segundo ela, questionar é parar para pensar no que alguma coisa significa. Ela foi criada assim “filha, para e pensa sobre o que você fez, você acha que está certo?” 

Se “ser ativista é estar ativo por uma causa, então a minha causa não é somente a causa ambiental, eu quero falar de outras coisas também, quero falar sobre o ser humano e a relação dele com o consumo e com o descarte, também não é só o lixo”, argumenta Karin, que busca, através do trabalho nas redes, ativar nas pessoas o ato de questionar. “Independente do lado que você vai escolher, eu quero que você raciocine! Acho que a sociedade precisa disso”, complementa.

Karin usa guardanapo de pano em feira em Bangkok (Tailândia) – Foto: Arquivo pessoal

Ao longo do podcast é possível saber como foi que Karin iniciou a jornada dela na sustentabilidade e no desperdício zero, como se deu a criação do blog Por Favor Menos Lixo, bastante querido pelo público do perfil no Instagram, e conhecer um tanto dos bastidores de viagens que fez, nos últimos anos, nas quais viveu experiências bastante diferentes em países como Alemanha, Noruega, Egito, India, Israel, Quênia e Tanzânia. Realidades dos outros que, de tão distantes, em espaço e “bolha”, parecem incomuns, seja por haver práticas sustentáveis já cristalizadas no cotidiano de pessoas e cidades, seja haver lugares cuja infraestrutura não oferece condições mínimas para uma sobrevivência saudável.  

Você já se imaginou usando um banheiro sem vaso sanitário, sem papel higiênico e sem água corrente? Ou estando em algum lugar com pouco acesso a água ou com água de má qualidade por problemas no saneamento básico? Karin conta como foi que ela vivenciou experiências como essas da forma mais saudável e sustentável que conseguiu, dentro das possibilidades que encontrou. A ideia é justamente disseminar a proposta de que independente das circunstâncias é preciso que aprendamos a questionar para que possamos agir de uma forma não automática, mas consciente, com potencial transformador, diante dos variados contextos em que nos encontramos. Como promover mudanças senão assim?

CONFIRA AQUI O EPISÓDIO #2 DO PODCAST SUSTENTA MUNDO

Neste segundo episódio conversamos com a ativista de questionamento Karin Rodrigues, criadora do projeto Por Favor Menos Lixo, que defende o questionamento como porta de entrada para repensarmos o desperdício no dia-a-dia. Na pauta, ativismo, consumo, descarte, consciência, desafios, diferentes realidades do mundo, posicionamentos e escolhas.

Aline Vieira Costa
Aline Vieira Costa

Sou Mãe, Mulher, Vegana, Jornalista, Ecofeminista, aprendiz de bicho-grilo e qualquer rótulo mais cujas práticas nos ajudem a construir uma sociedade justa, que contribua agora com o futuro do planeta e com o perfeito equilíbrio da Terra. Acredito piamente que o que move cada um de nós é capaz de mover também o mundo. E que temos, sim, o poder de fazer a diferença através do cultivo de hábitos sustentáveis. A Nossa Pegada depende de nós, está em nossas mãos.

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